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José de Paiva Netto, escritor, jornalista e radialista. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). |
Também nossas crianças vivem situação semelhante... Elas têm a vida cada vez mais parecida com a nossa: repleta de compromissos e tarefas. Acabam não tendo o devido espaço para ser criança.
E muitas delas ainda padecem de um motivo grave a lhes provocar grande ansiedade. Trata-se do bullying, que deve ser decididamente combatido pelos que têm responsabilidade para com os jovens. Senão seremos cúmplices dessa violência, originária justamente de um mau direcionamento da própria conduta infantojuvenil. Situação lastimável que vem prejudicando o aproveitamento escolar de tantas crianças. Isso é trabalhar contra o futuro. O que não se coaduna com a mensagem imanente do Dia da Educação, 28/4, nem com o Dia Trabalho, 1o/5, importantes datas para os cidadãos.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Recentemente, o Centro de Atendimento e Pesquisa de Psiquiatria da Infância e Adolescência (Capia) da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro demonstrou que nos últimos dez anos o número de crianças com transtorno de ansiedade cresceu 60%.
Apresento hoje trechos de duas importantes entrevistas concedidas ao “Educação em Debate”, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, sobre ansiedade infantil. Conduzido pela pedagoga Suelí Periotto, o programa contou com a participação de dois especialistas: o psiquiatra Fábio Barbirato, chefe do setor de Neuropsiquiatria Infantojuvenil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, e o neurologista da infância e da juventude, do Hospital Albert Einstein, Abram Topczewski, de São Paulo.
Sobre como podemos diferenciar a ansiedade comum da patológica, o dr. Fábio esclareceu que “a ansiedade deixa de ser natural quando prejudica o desenvolvimento tanto social quanto escolar das crianças. Por exemplo, na semana que ela tem de apresentar um trabalho, não consegue ter atenção na escola, apresenta dor de cabeça e enjoos, tem às vezes lesões de pele como psoríase ou queda de cabelo, em consequência da ansiedade antecipatória”.
O dr. Fábio apontou, ainda, alguns dos fatores que corroboram esse crescimento do número de crianças com transtorno da ansiedade: “O que está acontecendo é que esse estresse ambiental vivenciado pelo menino, pela menina, se caracteriza pela pressão por boas notas na escola, pela própria violência que ela vivencia, desde a que mora num lugar mais abastado até a que reside numa localidade mais simples. São fatores de gatilho para apressar sintomas que provavelmente apareceriam mais tarde”.
E alertou: “Acho importante destacar que os transtornos ansiosos são duas a três vezes mais comuns que o autismo e a hiperatividade. As crianças ansiosas sofrem igualmente ou mais. Se não tratadas, elas têm maior probabilidade de desenvolver pânico no futuro, além de depressão e outros transtornos mais graves. É fundamental que os pais procurem ajuda para seus filhos e não achem que isso é algo simples que vai passar com o tempo.
Existem serviços especializados em todo o Brasil. Basta procurar uma universidade que tenha o serviço de psiquiatria infantil. Com certeza, seu filho, sua filha, serão bem atendidos, orientados, assim como a família e, se necessário, até os profissionais da escola em que a criança estuda”.
Na próxima semana, voltarei ao tema, trazendo os comentários do dr. Abram Topczewski.
LBV DE MÃOS DADAS COM O POVO
As fortes chuvas que atingiram, na semana passada, várias regiões do Rio Grande do Sul causaram doze mortes. Segundo a Defesa Civil, mais de trinta e seis mil pessoas foram afetadas pelos temporais. Informou ainda que as cidades de Taquari, Paverama, Pareci Novo, Fazenda Vilanova, Ivoti, Bom Retiro do Sul, Novo Hamburgo, Teutônia, São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Capela de Santana, Lindolfo Collor e Cândido Godoi decretaram situação de emergência. Santa Cruz do Sul, Piratini, Igrejinha, Cacequi, São Paulo das Missões, Tabaí, Montenegro, Portão, Rolante, Harmonia e Nova Hartz encaminharam uma Notificação Preliminar de Desastre (Nopred).
No domingo, 24/4, o governador Tarso Genro esteve no município de Igrejinha, um dos mais castigados. Além de avaliar os danos, prestou solidariedade às famílias das vítimas de um deslizamento de terra, que provocou o desabamento de pelo menos seis casas.
A LBV está arrecadando doações para ajudar em mais esse drama. Em Porto Alegre, o seu Centro Comunitário de Assistência Social está localizado na Av. São Paulo, 722, esquina com São Pedro — bairro São Geraldo. Neste momento, os itens de maior necessidade são alimentos não perecíveis, agasalhos e colchões. Telefone para contato: (51) 3325-7000.
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