Neste mundo globalizado, em que as tecnologias se aprimoram a uma velocidade que impressiona, abre-se um leque de oportunidades para a inclusão, no mercado de trabalho, de pessoas com deficiência. Contudo, muitas dessas novas ferramentas esbarram no despreparo e na desinformação de uma parcela da sociedade.
Segundo a analista de tecnologia assistiva da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), Karolline Fernandes Sales, ela própria deficiente visual, as empresas usam três argumentos para não contratar alguém com baixa ou nenhuma visão. “Um deles é o desconhecimento. Para a maioria dos empregadores, o cego não tem condições de trabalhar, de chegar ao local de trabalho. Outro empecilho é o de não saber utilizar um computador; sem falar do custo do leitor de tela, que varia de R$ 1,3 mil a R$ 1,7 mil ou um pouco mais. O terceiro argumento é o de que não existem pessoas qualificadas no mercado”, afirmou.
Crédito: Luiz Mendes
Karolline Sales, analista de tecnologia assistiva da Avape.
Em entrevista ao programa “Sociedade Solidária”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), Karolline Sales, que também exerce a função de assessora de comunicação da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), contestou: “Conheço várias pessoas com deficiência visual graduadas, pós-graduadas, que já concluíram o mestrado. Então, esse argumento da falta de qualificação é mais hipotético do que real. Claro que existem indivíduos sem qualificação, não só com deficiência, mas sem deficiência também. A Avape, inclusive, é uma das pioneiras em capacitar pessoas com deficiência, não só a visual”. Um dos principais avanços no que diz respeito à inclusão social foi a implementação da Lei de Cotas. Karolline Sales esclareceu: “Essa lei determina, de acordo com a quantidade de empregados, a contratação do trabalhador deficiente. A grande dificuldade dos empresários, dos gestores, é como contratar, onde buscar esse profissional? É aí que entra a Avape”.
OPORTUNIDADE E COMPETÊNCIA
No programa, foi apresentada uma matéria com o depoimento do deficiente visual Edi Carlos de Souza. Com apenas 1% de visão, ele procurou a Avape para recolocação profissional e começou a prestar serviço para a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), do Estado de São Paulo. Sobre a sua capacitação, Edi Carlos comentou: “Precisei passar por treinamentos porque uso dois sistemas. Um de leitor de tela — para acompanhar as informações do computador — e outro do próprio sistema do ‘Emprega São Paulo’”. Orgulhoso de sua profissão, ele desabafou: “Infelizmente, no Brasil temos falta de informação em relação ao deficiente. Hoje em dia, a tecnologia e os mecanismos de acesso estão aí para todo o mundo verificar. O que a pessoa deficiente precisa? De uma oportunidade. Esse é o xis da questão. Ninguém pode ser julgado pela deficiência. Primeiro, o empregador tem que avaliar a capacidade, e não a deficiência”.
E arrematou: “Você, que tem alguma deficiência, nunca se esconda. Estude, faça cursos, procure, pois o mercado está precisando. E vocês, que são empregadores, sempre acreditem e nunca prejulguem um deficiente. Deem a ele uma oportunidade, depois o avaliem”.
Diante do exposto, é gratificante saber que, apesar dos obstáculos, mais deficientes conquistam a cada dia maior reconhecimento na sociedade e, principalmente, no mercado de trabalho.
Crédito: Luiz Mendes
Paiva Netto confraterniza com Dom Eugênio Sales na Academia Brasileira de Letras. Ao centro, a escritora Nélida Piñon
DOM EUGENIO, UM DEFENSOR DA VIDA
Voltou ao Mundo Espiritual no dia 9 deste mês, aos 91 anos, o cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro. Dom Eugênio foi um ardoroso defensor da Vida. No artigo de sua autoria “Um mundo de contrastes”, publicado pelo “Jornal da LBV”, em agosto de 1989, fez ouvir seu brado, que continua ressoando: “Os cristãos são convocados à defesa dos direitos humanos, especialmente dos mais desprotegidos, como a criança antes de vir à luz. A firmeza de atitudes contra o crime do aborto será uma valorização da Vida em nosso país. As consequências desse esforço vão além do nascituro, pois fortalecem o respeito à dignidade humana em nosso Brasil”.
A LBV registra justa homenagem a essa destacada figura religiosa do país.
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* José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter). Filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.
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