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José de Paiva Netto |
Ensinou Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: “Bem-aventurados os pacientes porque eles herdarão a Terra” (Sermão da Montanha, segundo Mateus, 5:5). Em outubro de 1991, ao ler e concomitantemente analisar o Manifesto da Boa Vontade,
que lancei por ocasião da Pedra Fundamental do ParlaMundi da LBV, em
Brasília/DF, declarei que — faltava ao Brasil um poderoso mercado
interno e um complexo industrial, tecnologicamente atualizado, que de
forma plena satisfizesse a sua demanda nacional sem prejuízo da
exportação. Lembro-me ainda das aulas de História no Colégio Pedro II,
com o saudoso professor Newton Gonçalves de Barros, que tanto amou o nosso torrão natal. Muitos imaginaram, naquela época romântica, que, no governo Juscelino Kubitschek (1956
a 1961) e nos logo a seguir, o mercado interno brasileiro tomaria
poderio semelhante ao dos países mais ricos, a exemplo dos Estados
Unidos.
(Hoje
vemos isso em pujante desenvolvimento no Brasil. E os graves problemas
que estão desestabilizando o mercado internacional são resultantes dos
maus gestores, entre outras coisas.)
Mahatma Gandhi (1869-1948), numa frase lapidar, retratou a realidade: “O capital em si não é mau; o uso incorreto dele é que é ruim”.
Economia: a mais espiritual das ciências
E
para bem entendermos esse conceito do sábio ativista indiano,
necessário é que compreendamos, para surpresa de alguns, que a Economia é
essencialmente espiritual, posto que, de fato, é no “Outro Lado da
Vida” que se encontra a sua verdadeira origem. Essa foi a defesa que fiz
na entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, no Segundo Caderno, em 7 de novembro de 1982, na seção Exterior, quando tratávamos de nossa presença na ONU:
(...)
Economia também tem de ser vista sob o aspecto religioso da
solidariedade, que garanta a todos o acesso aos bens de produção: a
Economia é a mais espiritual, no sentido mais amplo, das ciências (ou
arte). E aqui estou falando de religião, com todas as letras maiúsculas,
e não dos casos patológicos catalogados como tal no passar da História.
Ela é algo supinamente elevado, que nada tem a ver com os conflitos
produzidos pelos homens. Jesus é o maior economista do planeta Terra,
visto que possui todos os talentos de Deus para semear entre os seres
humanos, em consonância com o merecimento pessoal. É Ele quem diz — “a cada um de acordo com as suas obras” (Evangelho, conforme Mateus, 16:27). E isso faz parte da Estratégia da Sobrevivência, que há vários anos defendo. (...)
Muito além do mercado
E observem que o Gandhi não pensava e agia apenas à maneira de um religioso, todavia como um bom político.
Com
aquela afirmativa à Folha, procurei demonstrar que, acima do mercado,
existe um requisito anterior a ele, que há de subsistir eternamente.
Trata-se do Espírito eterno do ser humano que, evoluído e valorizado
como o Capital de Deus, torna-se o fulcro de estabilidade da Economia,
porque se contrapõe à ganância e à impunidade. Desse modo, não poderá,
sem más consequências, ser vítima de ceticismos ou fanatismos, pois o
Divino Dono do capital chamado Espírito virá, por processos que a
maioria ainda não deduz, cobrar dos seus reducionistas ou detratores os
desvios. A Economia é a mais espiritual das ciências (ou arte),
porquanto enfeixa o ordenamento dos bens imprescindíveis à sobrevivência
dos cidadãos e à melhoria da qualidade de vida. Abordar, com apurado
senso, este assunto é uma incumbência natural dos religiosos e mesmo dos
descrentes em relação à existência da Divindade, mas que trazem dentro
de si o respeito à nobreza do semelhante. Sem espírito solidário não
haverá civilização sobrevivente (...).
Urge
um grande serviço ecumênico de reeducação, pois não há regime bom
enquanto o homem for mau (desculpem o cacófato). Ecumenismo, quer dizer,
universalismo, como o inferimos, é Educação aberta à Paz.
Era superglobalizante e perigo
Em Apocalipse sem Medo (1999), no capítulo “Extratos de O Capital de Deus”,
considerei que sempre existirá a necessidade de trabalho, como haverão
de entender os corifeus desta era superglobalizante. Contudo, é
indispensável que possuam preocupações sociais efetivas com as massas
indigentes das nações pouco desenvolvidas e/ou em guerra. Um dia, a casa
pode cair. Mesmo!
Benjamin Franklin (1706-1790) apropriadamente apontou que “só sabemos o valor da água quando o poço seca”. Touché!
Sem limitações
Não há limites para a solidária expansão do Capital de Deus: o Espírito Eterno do ser humano.
No
porvir, esta divina verdade tornar-se-á uma certeza irrefragável para a
consciência humana: finalmente compreender que o Espírito imortal é o
moto-perpétuo de todo o progresso sem poluições e também o inderrotável
advogado de defesa da paz desarmada.
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José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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