Dois de novembro é dia de celebrar a vida. Respeitamos o
gesto dos que vão reverenciar os mortos, em visita a túmulos de parentes e
amigos. Porém, acreditamos que a destinação de nosso Espírito, depois de se
despedir do corpo físico, é muito superior. Por isso, convidamos todos a
lembrar-se dos entes queridos com a natural saudade de sua companhia, mas sem
tristeza e enviando-lhes, acima de tudo, vibrações de Amor Fraterno e Paz,
porquanto, para alegria nossa, permanecem vivos. Aos que porventura se encontram
desesperados pela perda de um familiar ou pessoa amiga, vislumbrando até no
suicídio o alívio para suas dores, aproveito o ensejo para esclarecer: o
suicida mata-se à procura da paz; todavia, depara com o maior tormento, algo
pior que o nada, que, por sua vez, não existe, pois a vida não cessa.
Os mortos não morrem
Essa afirmação — os mortos não morrem —, que a toda a
Humanidade envolve, fiz colocar nos portais da Sala Egípcia do Templo da Boa
Vontade (TBV), o monumento mais visitado da capital do Brasil, conforme dados
oficiais da Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF).
Num improviso que proferi, na década de 1980, reiterei: a
morte é um boato, consequentemente os mortos não morrem, incluídos os Irmãos
ateus materialistas. Diminuir a relevância desse fato, que atinge de forma
inexorável os seres humanos, seria negar a realidade. Você não é obrigado a
acreditar na sobrevivência dos Espíritos nem que possam dirigir-se às criaturas
terrestres, quando por Permissão Divina. Contudo, isso não significa que eles
não existam ou estejam sentenciados à mudez.
Diz Jesus, no Seu Evangelho, segundo Marcos, 12:27: “Deus é
Deus de vivos, não de mortos. Como não credes nisso, errais muito”.
Guardemos dos que partiram uma lembrança esclarecida, como
no conselho do escritor e ativista norte-americano Ralph Chaplin (1887-1961):
“Não lamente os mortos... Lamente a multidão, a multidão apática, os covardes e
submissos, que veem a grande angústia e as iniquidades do mundo sem se atrever
a falar”.
Os mortos, hoje, somos nós amanhã. Condenando-os ao
“desaparecimento”, por força de nossa descrença ou medo de enfrentar a Verdade,
poderemos “decretar” o mesmo destino para toda a gente, atrasando sua evolução,
até que, com maior esforço, se descubra que o grande equívoco da Humanidade é
ainda crer que a morte seja o término de tudo.
Razão por que lhes trago, do poeta Alziro Zarur (1914-1979),
saudoso Proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, o
ilustrativo e confortador Poema do Imortalista:
“Dois de novembro é um dia, na verdade,
“Rico em lições para quem sabe ver:
“A maior ilusão é a realidade,
“Já ensinava o excelente Paul Gibier.
“Os vivos (pseudovivos) levam flores
“E lágrimas aos mortos (pseudomortos);
“E os mortos se comovem ante as dores
“Dos vivos a trilhar caminhos tortos.
“Legítimos defuntos, na ignorância
“Desses espirituais, magnos assuntos,
“Parece que inda estão em plena infância,
“E vão homenagear falsos defuntos.
“Não é preciso ser muito sagaz
“Para sentir que a vida tem seus portos:
“Um dia, o Cristo disse a um bom rapaz
“‘Que os mortos enterrassem os seus mortos’.
“Amigos, por favor, não suponhais
“Que a morte seja o fim de nossa vida;
“A vida continua, não jungida
“Aos círculos das rotas celestiais.
“Os mortos não estão aí, cativos
“Nos túmulos que tendes ante vós:
“Os finados, agora, são os vivos;
“Finados, mais ou menos, somos nós”.
A morte não interrompe a vida. Na Terra ou no Céu da Terra,
persistimos em trilhar a existência perene. Mas reforçamos nosso esclarecimento
acerca do suicídio: essa consciência de Eternidade jamais pode ser vista como
justificativa para ele. É uma ofensa ao Criador e à própria criatura.
Aos que descreem: concedam-se o cientificamente consagrado
direito à dúvida. E se a vida não cessa com a morte, hein?
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