Em 22 de março, celebramos o Dia Mundial da Água. Vale
lembrar que Brasília sedia, em 2018, entre os dias 18 e 23 de março, o 8o
Fórum Mundial da Água, espaço para um bom diálogo, cujo exercício básico é a
democracia, que é o regime da responsabilidade. Portanto, devemos dar a devida
atenção às resoluções propostas por esse evento para a agenda internacional.
Discutir sobre o líquido sustentador da vida e se o
utilizamos de modo sensato é na atualidade uma pauta indispensável. O Brasil,
de forma geral, pode se considerar privilegiado, como declarou o dr. Paulo
Lopes Varella Neto, ex-diretor de Gestão da Agência Nacional de
Águas (ANA). Ele explica: “Nós somos o país que mais dispõe de água doce no
mundo, e 12% dela é gerada em território nacional. Mas, se considerarmos a água
que vem de outros países e que por aqui passa e, portanto, está disponível para
uso, dispomos de aproximadamente 18% da água doce na Terra”. Contudo, a
questão é conseguir administrar bem essa fartura, a fim de atender às
necessidades de todos. Apesar de abundante em certas regiões, ela é escassa em
outras. Um ponto igualmente relevante é o cuidado que devemos ter para não
degradar os recursos hídricos.
Integrador geográfico e geopolítico
O dr. Paulo Varella, que é hidrogeólogo, trouxe-nos um
exemplo interessante: “Como a água carrega no seu sabor, na sua cor, no seu
cheiro a memória dos territórios por onde passa, ela é um integrador
geográfico. E, como também não respeita limites de Estados, nem mesmo de
países, ela é um integrador geopolítico. De maneira que vi, há pouco tempo, ao
visitar uma determinada instalação nos Estados Unidos, uma frase que me chamou a
atenção e agradou: ‘No mundo da água estamos todos ajudantes’. O que quer dizer
o seguinte: temos responsabilidades de que a água que passa por nós, a que
usamos, afetará a outros que estão mais abaixo. E a água que estamos usando
certamente já passou por alguém que estava águas mais acima”.
Falando ao Portal Boa Vontade, comentou: “O esforço
que a Agência Nacional de Águas faz, que o governo faz, que os comitês de
bacias fazem, tem como motor a posição individual de cada um de nós. Os maiores
gestores de água do planeta somos nós. Se cada um tomar consciência disso, tudo
pode mudar. Temos que passar de observadores para atores dentro desse processo.
E é na forma como se vai colocar o lixo, como vai tomar o banho, lavar o carro,
e assim por diante, que a gente pode realmente dar uma contribuição (...)”.
Ao informar-nos do reconhecimento alcançado pelo nosso
país no mundo por seu modelo de gestão da água, não deixou de expor também os
imensos desafios que enfrentamos, por exemplo, com grandes cheias na Amazônia;
secas históricas em São Paulo, Rio, que se repetem e que, há décadas, afetam o
nordeste do Brasil, no semiárido. Diz ele: “Apesar de toda a riqueza que
possuímos, realmente a gente tem que se preocupar em encarar a questão do
gerenciamento desse recurso”.
Valendo-se do Dia Mundial da Água, o entrevistado
desejou ainda ressaltar: “Que entendamos a água como um grande vetor de
progresso, e os usos múltiplos são absolutamente cruciais para que possamos ter
um desenvolvimento sustentável. E termino dizendo da importância que acredito
seja o papel de cada um de nós enquanto — vamos chamar — minigestores, mas num
conjunto de grandes gestores dessa água”.
Agradeço ao dr. Paulo Lopes Varella suas
esclarecedoras palavras. Aliás, com satisfação, soube que é um frequentador do
Templo da Boa Vontade e possui destacada Fé na Espiritualidade Maior.
Agradecimento
Minha saudação ao dr. Arnaldo Rocha, do Sistema
de Proteção da Amazônia (Sipam), órgão do Ministério da Defesa. Com estas
palavras se manifestou: “Agradeço a atenção prestimosa da qual sempre fui
objeto por parte dos meus irmãos e amigos da Legião da Boa Vontade. Abaixo, a
nossa singela contribuição, ratificando as preocupações do líder da LBV”. E
nos prestigiou com um poema dedicado ao meu artigo “Água e Escassez”, no qual
escrevi que água é vida e poluí-la é crime de lesa-humanidade:
“(...) ‘É preciso haver uma conscientização/ Por parte
de todos, sobre essa questão:/ A falta desse precioso líquido, na verdade,/
Poderá decretar a morte da coletividade.
“‘Se administrarmos esse recurso vital,/ Não se
transformará em fator de guerra,/ Pois sem a água potável é impossível/
Qualquer tipo de existência na Terra’.
“Abracemos em conjunto essa causa,/ Dando a nossa
contribuição pessoal,/ Preservando e economizando sabiamente/ Esse mais valioso
bem natural”.
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