Abuso e exploração sexual infantojuvenil. Assuntos que não
podem ser ignorados. Problemas de magnitude global que exigem alerta constante
de todos nós, principalmente dos pais e dos governos. Nada melhor que procurarmos
caminhos eficientes em prol da assistência aos pequeninos.
Juntamos nossos esforços aos de numerosas organizações do
Terceiro Setor e aos do próprio governo no combate a essa terrível violência.
A Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV
— Canais 196 e 696), no programa Sociedade Solidária, trouxe elucidativa
entrevista com a professora Dalka Chaves de Almeida Ferrari, membro da
diretoria do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo/SP, e coordenadora-geral
do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV).
A segurança das crianças e dos jovens, segundo a professora
Dalka, carece de uma mobilização geral: “Trata-se de trabalho contínuo que
merece uma atenção constante da política pública para fazer esse enfrentamento.
E hoje são necessárias a capacitação e a sensibilização dos hotéis, com seus
gerentes e todo o corpo de trabalho, dos taxistas, do pessoal da rodoviária,
dos ônibus, dos aeroportos. Se for pensar em política, todos os ministérios
teriam que ser capacitados para fazer esse enfrentamento”.
Quebrar o pacto do silêncio
Durante sua conversa com o sociólogo Daniel Guimarães,
apresentador do Sociedade Solidária, a professora Dalka Ferrari enfatizou
também a imprescindível providência de proteção da criança dos abusos sexuais
nos ambientes doméstico e social: “Quebrar o pacto do silêncio, conseguir falar
desse assunto, porque ainda é muito velado, é meio tabu dentro da sociedade. Se
a gente tiver jovens esclarecidos, conscientizados, sensibilizados sobre os
cuidados que têm que ter com o próprio corpo, os limites que são dados, eles se
sentirão bem e não deixarão que esse corpo seja invadido. Então, é quase que
uma reeducação do autoconhecimento. A pessoa tem que se conhecer, saber
exatamente o que ela quer para sua vida, os riscos que pode correr com os
envolvimentos”. (...)
E prossegue, enfática: “Isso tudo é algo que precisa ser
discutido, porque, se a gente não conscientizar, desde a criança, o
adolescente, o jovem até os pais, os educadores, que cuidam dessa criança e
desse adolescente todo dia, a gente não vai fazer esse problema vir à tona. As
pessoas têm vergonha de falar, não querem enfrentá-lo. E, à medida que o jovem
ficar autônomo, sabendo como se defender, ele poderá ajudar outro jovem, poderá
ser um multiplicador desses conhecimentos”.
Psicóloga, especialista em violência doméstica, ela reforça:
“Então, o objetivo maior de tudo isso é fazer com que eles conheçam (...) quais
são as situações perigosas em que podem se envolver, ou em que precisam se
defender dentro e fora da família. Porque é assim: a proteção dos pais existe
por um tempo, mas há uma hora que vai depender da criança e do jovem fugirem,
saírem ou pedirem ajuda por causa do risco que estão enfrentando”.
Estamos tratando de tema realmente complexo e que deve ser
salientado e discutido na mídia, em casa, nas igrejas, nas escolas, nas
universidades, no trabalho, em toda a parte, de modo a ampliarmos a guarda em
torno da infância e da juventude. E tenhamos em nossas agendas o Disque 100
(Disque Direitos Humanos), para fazer denúncias, procurar ajuda.
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