Hoje se faz necessário pôr abaixo as bastilhas invisíveis, todavia de consequências bem palpáveis: espirituais, morais, psicológicas, do sentimento.
Dia 14 de julho. Completam-se 229 anos da Queda da Bastilha, episódio que deflagrou a Revolução Francesa (infelizmente manchada pelo sangue dos guilhotinados), cujas origens remontam aos enciclopedistas, vanguardeiros do iluminismo. Relativo ao tema, selecionei apontamentos meus, ao longo do tempo, de palestras, programas de rádio, TV e de artigos publicados no Brasil e no exterior.
Dia 14 de julho. Completam-se 229 anos da Queda da Bastilha, episódio que deflagrou a Revolução Francesa (infelizmente manchada pelo sangue dos guilhotinados), cujas origens remontam aos enciclopedistas, vanguardeiros do iluminismo. Relativo ao tema, selecionei apontamentos meus, ao longo do tempo, de palestras, programas de rádio, TV e de artigos publicados no Brasil e no exterior.
Não tenho pretensão de discutir aspectos históricos ―
existem bons livros para isso ―, contudo extrair uma importante analogia sobre
quanto ainda é forçoso trilhar a fim de que as populações da Terra deixem ruir
de suas mentes e corações a pior de todas as bastilhas: a ignorância acerca da
realidade gritante da vida após o fenômeno da morte. Fator decisivo para que a
valorização do ser integral (corpo e Espírito) dite as regras dos governos das
nações no terceiro milênio: Quando garoto, devia ter 9 para 10 anos, assisti
com meu pai, Bruno Simões de Paiva (1911-2000), no Rio de Janeiro, a um filme
sobre o 14 de julho.
Nos séculos 17 e 18, o absolutismo monárquico atingira
intensa projeção. Como geralmente acontece nas relações cotidianas, se
afastadas do respeito ao Espírito Eterno do ser humano, houve por parte da
monarquia francesa um descaso tremendo com as necessidades básicas do seu povo,
cuja expressão mais grotesca seria a frase que teria sido proferida pela rainha
Maria Antonieta (1755-1793), ao ser informada por um dos cortesões de que o
barulho que a importunava vinha das massas famintas clamando por pão: “Por que
não comem brioche?”
Tal contingência desumana tinha de desmoronar por força do
curso inexorável da História. A população de Paris, em 14 de julho de 1789,
desesperada, marchou contra a prisão, símbolo da tirania de que desejava
livrar-se.
Abrir caminhos
No filme de que lhes falei há uma cena impressionante. Ela
representa as pessoas que não temem abrir caminhos: o povo estava de um lado e
aqueles que protegiam a Bastilha, do outro. Entretanto, os que ameaçavam
invadi-la, com temor, não avançavam. De repente, um homem destacou-se do meio
daquela multidão e atravessou a ponte que cobria o fosso, sendo abatido por uma
descarga de tiros. Esse ato de coragem fez com que os demais o imitassem e,
assim, conseguissem entrar na fortaleza. Parece perspectiva romântica de um
momento trágico, porém retrata de modo irretocável uma verdade: há sempre
alguém que se sacrifica pela mudança substancial do status quo. Não é preciso
levar bala para que as transformações ocorram. Há outros choques que ferem mais
os vanguardeiros, a exemplo da incompreensão, da inveja, do preconceito, da
perseguição e do boicote.
Na sequência do longa-metragem, observamos a tomada da
prisão, destruída de cima a baixo.
Existem aqueles que, tentando minimizar o fato histórico,
apresentam uma argumentação frugal de que o famoso cárcere não mais tinha
relevância naquele período, pois apenas uns poucos presos lá se encontravam.
Ora, o que o povo demoliu não só foi a construção de pedra;
no entanto, o mais expressivo emblema, para ele, do absolutismo dinástico!
E a palavra dinastia pode, por extensão, significar muita
coisa, uma vez que funciona tanto no feudalismo quanto na burguesia, no
capitalismo e no próprio comunismo. Dinastia não implica somente a sucessão por
sangue. Existe uma pior: a da ambição desmedida que arrasa o ser vivente, sob
qualquer regime.
Uma nova civilização
Hoje se faz necessário pôr abaixo as bastilhas invisíveis,
todavia de consequências bem palpáveis: espirituais, morais, psicológicas, do
sentimento.
Façamos florescer uma civilização nova a partir da postura
espiritual e mental elevada de cada criatura. Já dizia o filósofo: “A fronteira
mais difícil a ser transposta é a do cérebro humano”. O homem foi à Lua, mas
ainda não conhece a si mesmo.
O Templo da Boa Vontade — aclamado pelo povo como uma das
Sete Maravilhas de Brasília/DF, Brasil, e que, segundo dados oficiais da
Secretaria de Estado do Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal
(Setul-DF), é o monumento mais visitado da capital do país — convida as
criaturas a essa epopeia de empreender uma viagem ao seu próprio interior.
Feito isso, sair até mesmo da Via Láctea será facílimo: desde que descubramos o
âmago celeste de nosso ser, pois, na verdade, para o Espírito, o espaço não
existe.
Assegurou Jesus: “Tudo é possível àquele que crê”
(Evangelho, segundo Marcos, 9:23).
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