Quantos já alcançaram que um pensador libertário como Jesus
não pode ficar aprisionado entre quatro paredes de um templo, por mais
respeitável que seja, ou ter Sua mensagem reduzida por analistas que, por mais
veneráveis que se apresentem, por vezes, confundem “germano com gênero humano”?
O Celeste Libertador nunca esteve restrito ao Cristianismo
humano. Somos nós, com nossa visão ainda pequena, quem O confinamos à nossa
incapacidade de compreender Sua extraordinária mensagem. Ele trouxe Leis
Espirituais, Morais, Ecumênicas (isto é, Universais) elevadíssimas, Divinas. E
não estou a afirmar qualquer aberração. O próprio Mestre afiançou, em Sua Boa
Nova, conforme os relatos de João, 16:12 a 15, que mandaria o Espírito da
Verdade, ou Paráclito, para deslindar novas coisas, que são Dele, Jesus, mas
que não as pôde manifestar naquele momento visível entre nós:
12 Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis
entender agora;
13 quando vier, porém, o Espírito da Verdade (o Paráclito),
ele vos guiará a toda a Verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo
o que tiver ouvido de mim e vos anunciará todas as coisas que hão de vir.
14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu
para trazê-lo a todos vós.
15 Tudo o que o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de
receber do que é meu e anunciará a vós.
Então, o Seu Saber, a Sua Bondade, a Sua Justiça, a Sua
Solidariedade, a Sua Fraternidade, a Sua Generosidade, a Sua Compaixão se
derramam sobre todas as criaturas. Os seres humanos é que separam. Deus une.
Os religiosos iluminados pelo espírito de concórdia e os
cultores do pensamento criador sem algemas de qualquer espécie; enfim, os
indivíduos de mente aberta, crentes e ateus, pressentem isso sem dificuldade.
Desejam ver a excelente influência altruística do Cristo clarear todos os
setores da sociedade. Não podem abrir mão de tão extraordinária e sublime
competência. Se não, para que Cristianismo? Ora, o Divino Mestre é
infinitamente maior do que todas as grandes personalidades que passaram pelo
mundo, transformando-o.
Eis o que nos revela o Evangelho, segundo João, 1:1 a 5: “No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e nada do
que se fez foi feito sem Ele: Cristo Jesus. A vida estava Nele, e a vida era a
luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, mas as trevas não prevaleceram
contra ela”.
O exemplo do Cristo deve inspirar todos os campos da vida
Por isso, proclamo há décadas que Jesus foi Cientista,
quando, por ordem do Senhor do Universo, criou este planeta que habitamos;
Economista, quando multiplicou pães e peixes e não deixou perder o que sobejou;
Filósofo, quando desenvolveu Sua Divina Doutrina; Psicólogo, quando a adequou
ao conhecimento das massas populares; Pedagogo, quando a ensinou por parábolas;
Religioso, quando, convivendo com o povo e pregando aos sacerdotes no templo
desde os 12 anos de idade, lhes transmitiu normas de conduzir suas existências
no mundo, de maneira a merecerem a Vida Eterna; incentivador do progresso do
ser humano pelo esforço próprio, quando advertiu que “a cada um será dado de
acordo com as suas obras” (Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 16:27; e
Apocalipse do Cristo, 22:12): o Cristianismo não é a escola da ociosidade;
Legislador e Político, quando expôs, por intermédio de João Evangelista
(Primeira Epístola, 4:16), que “Deus é Amor” e que, por isso, todos precisam
cumprir a Sua Lei de Solidariedade Espiritual, Humana e Social — o Novo
Mandamento de Jesus (Boa Nova, segundo João, 13:34 e 35) —, amando-se uns aos
outros tanto quanto Ele mesmo nos amou: “Não há maior Amor do que doar a
própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 15:13).
E Ele a doou até pelos que se colocavam como Seus
adversários! Com isso, convocou o mundo à mais grandiosa das reformas, que deve
preceder a todas as outras, a do ser humano, pela consciência plena dos seus
valores espirituais: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e
todas as coisas materiais vos serão acrescentadas” (Evangelho do Cristo,
segundo Mateus, 6:33), postulado de Jesus para a formação da Economia da
Solidariedade Espiritual e Humana, componente básico da Estratégia da
Sobrevivência, que há décadas propomos para que haja uma Sociedade Solidária
Altruística Ecumênica.
Aí está. O Ecumenismo é Educação aberta à Paz.
Tudo isso pode parecer utopia num orbe saturado de ódios e
contendas de todos os matizes. Entretanto, a humanidade, sabendo ou não, anseia
por um clima espiritual e social menos poluído. Tendo alcançado o entendimento
superior a respeito do que fazem neste burgo planetário e cientes de que sua
vida prosseguirá após a morte, a mulher e o homem, mais dia, menos dia, saberão
valer-se de todas as riquezas da Terra, sem delas se tornarem escravos.
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Paiva Netto em www.paivanetto.com
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