Há tempos observo-lhes que a miscigenação do mundo é
inevitável. Da mesma forma, destaco que o Ecumenismo dos Corações é o bom futuro
da humanidade.
As criaturas não sobrevivem adequadamente no isolamento. A
confraternização geral é um legítimo anseio que ignora fronteiras e segue
unindo, apesar dos pesares, etnias, filosofias, religiões, pátrias, enfim,
seres espirituais e humanos. Em Sua passagem pela Terra, Jesus, o Cristo
Ecumênico, o Divino Estadista, testemunhou, a todo momento, que esse é o
caminho. Uma de Suas Solidárias Lições ilustra bem isso: “Porque, se amardes os
que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também assim? Se
saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios
também o mesmo?” (Evangelho, segundo Mateus, 5:46 e 47).
Com muita propriedade, ensinou o saudoso dr. Bezerra de
Menezes (1831-1900), em Evangelho do Futuro, publicado como folhetim no
periódico Reformador, de 1905 a 1911, sob o pseudônimo Max:
“O bem tem grande força de expansão! (...) Um povo que tem
fé cria-se numa atmosfera moral em que bebe a força para o cumprimento de todos
os deveres, a mais expansiva força das alegrias da Alma, desde a vida terrena”.
Busquemos, pois, a convivência planetária firmada no Amor
Fraterno e no respeito mútuo, sem esquecer a mais elevada concepção de Justiça,
que promana de Deus.
Identificando o preconceito
Nosso país, ainda que precise avançar muito, incentiva e
trabalha pelo respeito às diferenças. Merecem, portanto, relevância iniciativas
dedicadas a tão nobre finalidade.
A luta histórica de Zumbi dos Palmares (1655-1695)
prossegue, alcançando crescente vitória nas consciências. O mundo se tornará
mais feliz à medida que seus habitantes, sem exceção, receberem o devido apoio
e usufruírem da liberdade seguramente adjetivada como responsável.
Um importante passo para que haja fraternidade mútua é o
reconhecimento do preconceito, às vezes velado, que a maioria nem percebe que
pratica.
Durante sua participação no programa Conexão Jesus — O
Ecumenismo Divino, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV
— Canal 196), o professor doutor Kabengele Munanga, antropólogo do Centro de
Estudos Africanos da Universidade de São Paulo (USP), comentou: “Como o próprio
termo diz, preconceito é um julgamento preconcebido sobre os outros, os
diferentes, sobre os quais não temos, na realidade, um bom conhecimento. O
preconceito é um dado praticamente universal, porque todas as culturas o
produzem. Não há uma sociedade que não se defina em relação às outras. E, nessa
definição, nos colocamos numa situação, achando que somos o centro do mundo: a
nossa cultura é a melhor, a nossa visão do mundo é a ideal, a nossa religião é
a melhor. Assim, julgamos os outros de uma maneira negativa, preconcebida, sem
um conhecimento objetivo. A matéria-prima do preconceito é a diferença”.
Aliás, em Reflexões da Alma (2003), reafirmei que racismo é
obscenidade (assim como preconceitos sociais, religiosos, científicos ou de
qualquer outra espécie). Vai solapando não somente os esforços da etnia negra,
mas também dos brancos pobres, dos índios, dos imigrantes... É preciso
erradicá-lo, pois em seu bojo surgem os mais tenebrosos tipos de perseguição,
que vêm dificultando o estabelecimento da Paz no planeta.
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Paiva Netto em www.paivanetto.com
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