Em 21 de dezembro de 1981, em Porto Alegre/RS, proferi um
discurso, de improviso, quando proclamei a Decodificação do Pai-Nosso, hoje,
completando 37 anos. Na ocasião, argumentei:
A Ciência humana, a despeito dos respeitáveis esforços de
tantos abnegados idealistas, encontra-se no início de sua brilhante trajetória,
apesar do extraordinário progresso a que nos tem conduzido: o justificado
deslumbramento de suas mais importantes figuras ante a restrita parcela do
Cosmos que se vê. Mas e diante da imensidade que não se enxerga, que não se
descobriu ainda?... Não aludimos apenas ao Universo físico, com suas galáxias,
que é algo realmente de assombrar: só a Via Láctea, da qual fazemos parte,
abarca bilhões de estrelas... É incrível a sua abrangência!... E os mais
poderosos telescópios e radiotelescópios alcançam a mínima parte deste Universo
físico. Os seres humanos, e mesmo os invisíveis de razoável elevação espiritual
— pois estes são muitos no Outro Lado da Vida —, ficam do mesmo modo
fascinados, e com muita razão... Entretanto, e a amplitude que ainda não
perlustramos? Aqui está a filigrana: quando arguimos o que falta desbravar, não
estamos unicamente nos referindo à composição material dos corpos celestes que
vagam pelo Espaço, essa enormidade que os maiores cientistas não puderam, até o
presente momento, pesquisar nem sequer ver de todo*1. Falamos também do
UNIVERSO INVISÍVEL, ultradimensional, onde as Almas residem, que, no estágio
evolutivo da civilização contemporânea, não pôde, por ora, ser devidamente
percebido pelos olhos somáticos nem acreditado, em boa parte, pela Ciência
terrestre. E o mais surpreendente: nem por alguns religiosos que pregam a Vida
Eterna. Todavia, quando diversos pioneiros começam a analisar e estudar as
possíveis dimensões em que habitam os Espíritos, há quem procure depreciar sua
labuta. Na verdade, temem avançar na direção descortinada pelos precursores. De
certa forma, é como na fábula de Esopo (aprox. 620-564 a.C.): Vulpes et uva*2.
O teólogo e filósofo britânico William Paley (1743-1805) acertou quando definiu
que “há um princípio que é utilizado como uma barreira contra qualquer
informação, como prova contra qualquer tipo de argumento. Esse princípio nunca
pode falhar, de modo a manter a humanidade numa ignorância contínua e perpétua.
Esse princípio chama-se: condenar antes de investigar”.
A Ciência convencional terá de ser reapreciada para absorver
os muitos dados novos coligidos pela Ciência de ponta. Além disso, terá de
incluir também nas novidades o reconhecimento do Mundo Espiritual, não como
resultado de químicas cerebrais que excitariam a mente humana na região do
ilusório, pois essa conclusão é muito cômoda, contudo como realidade
pluridimensional, onde existe o prolongamento da vida consciente e ativa do
Ser, nas esferas ainda invisíveis ao sentido visório.
Depois de muito meditar sobre essa questão das dimensões
materiais do Universo (até hoje os astrônomos debatem e se batem sem chegar a
uma conclusão decisiva, ignorando a origem espiritual do Cosmos), certa feita,
observei: Meu Deus, cogita-se de grandeza, de dimensão, distância FÍSICAS... No
entanto, os limites do Universo podem igualmente ser VIBRACIONAIS... O ser
humano falece, o corpo fica... O Espírito (ou como o queiram chamar), que não
pode ser reduzido ao território da mente, migra para outro Universo ou outros
Universos, que não se veem... É um desafio lançado à mesa de discussão. A
Ciência, em seus elevados termos, a posteriori comprova o que a Religião, de
maneira intuitiva, bem antes percebera. A primeira conceitua; a segunda
ilumina, quando realmente Religião e nunca reserva de tabus e preconceitos.
Afinal, a Intuição*3 é sempre mais rápida que a razão humana, por se tratar do
efeito da Razão Divina em cada criatura. É a Inteligência de Deus em nós.
Na trilha desse instigante assunto acerca dos limites
vibracionais do Espaço, registrei a seguinte ponderação no meu ensaio literário
Ciência de Deus: o Universo possui esferas ainda invisíveis, que, em termos
filosóficos, podem ser sobrepostas, não apenas paralelas. E quanto mais o
Cosmos há de nos reservar?
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Paiva Netto em www.paivanetto.com
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*1 Cerca de 95% da estrutura do Universo ainda é uma
incógnita para a atual Física. Não se sabe o que seria a energia escura,
responsável pela aceleração do Universo, e a matéria escura, que reveste o
interior das galáxias.
*2 Vulpes et uva (A raposa e as uvas) — A famosa fábula de
Esopo conta a história da raposa que, não podendo alcançar as almejadas uvas,
pois estas se encontravam muito altas, as acusa de estarem verdes, embora
estivessem maduras.
*3 A Intuição – Leia “Einstein e Intuição”, no terceiro
volume das Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do
Espírito Santo (1991).
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