Em 1891, Gandhi
formou-se em Direito na Inglaterra e voltou à Índia, onde exerceu a profissão.
Dois anos depois, iniciou um movimento na África do Sul — àquela altura colônia
britânica —, no qual objetivava lutar contra o racismo e pelos direitos dos
hindus.
Em 1914, voltou a
seu país e difundiu seu movimento, cujo método principal era a resistência
passiva, pregando a não violência como forma de luta. Em 1922, foi detido após
organizar uma greve contra o aumento de impostos, sendo condenado a seis anos
de detenção. Porém, foi libertado em 1924. Em 1930, liderou a marcha para o mar,
uma caminhada de 320 quilômetros para protestar contra os preços dos tributos
britânicos e a proibição aos indianos de fabricar sal (...). Finalmente, em
1947, foi proclamada a independência da Índia. Gandhi trabalhou também para
evitar o embate entre muçulmanos e hindus, que estabeleceram um Estado
separado, o Paquistão, dividido em duas frações, uma das quais, anos depois, se
tornou Bangladesh. Acusado pela divisão territorial da Índia, atraiu o ódio dos
nacionalistas hindus. Um deles o assassina a tiros no ano seguinte, quando
Gandhi tinha 78 anos. Na época, mais de um milhão de indianos compareceram ao
seu funeral.
Civilização
civilizada? Só com diálogo!
Numa entrevista
que concedi à jornalista portuguesa Ana Serra — quando em lancei, em Portugal,
a minha obra Reflexões da Alma (editora Pergaminho, 2008) —, ressalto que Religião, Filosofia e Política
não rimam com intolerância. A Ciência, idem. Observem a reflexão de Voltaire
(1694-1778): “A tolerância é tão necessária na política como na religião; só o
orgulho é intolerante”.
E outra coisa:
jamais se deve pregar um Criador que apavore as criaturas, porém que as deixe
mais responsáveis e fraternas.
Dias desses, li —
na obra Farmácia de Pensamentos, da pesquisadora Sonia de Aguiar, com a qual
fui presenteado pelo veterano jornalista gaúcho Luiz Carlos Lourenço — a
seguinte sentença do dinâmico cantor e compositor Gilberto Gil: “A arte, a
religião e a ciência são maneiras diferentes para atingir os mesmos fins. Mas,
no fundo, todas elas procuram respostas para as mesmas perguntas”.
Indagações que
apenas serão elucidadas quando a Fraternidade Ecumênica se tornar o fundamento
do diálogo religioso, político, filosófico e científico numa sociedade
planetária que se arvora civilizada. Diante disso, cabe aqui esta palavra do
velho Goethe (1749-1832): “Aquele que tem vontade firme molda o mundo à sua
imagem”.
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Paiva Netto em www.paivanetto.com
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