O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de
Agressão (4 de junho), instituído pelas Nações Unidas em 19 de agosto de 1982,
teve inicialmente o propósito de chamar a atenção para o drama dos milhões de
pequeninos que sofrem os efeitos da guerra, muita vez perdendo suas vidas.
Os cidadãos de bem, em toda parte, não podem ficar surdos
aos gritos de dor desses inocentes. Trata-se de patrimônio humano, garantia de
futuro — que desejamos mais feliz — da civilização.
Mas o despertar da sociedade deve abranger igualmente as
crianças que padecem de agressão nos próprios lares, nas escolas, nas ruas,
mesmo em países não considerados campos de guerra declarada, e as sacrificadas
pelo horrendo tráfico de órgãos, ou, ainda antes de nascerem, pelo procedimento
criminoso do aborto.
O psicólogo dr. Pedro Lagatta, à época, pesquisador do
Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), em
entrevista ao programa “Viver é Melhor”, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 —
e Net Brasil/Claro TV — Canais 196 e 696), expôs aos telespectadores várias
faces da violência que acomete as crianças, sejam elas físicas ou emocionais;
incluídos aí o execrável abuso sexual e o perverso bullying. Tudo isso com
consequências dolorosas e duradouras.
Trago-lhes hoje esclarecimento importante do dr. Lagatta, em
que ele procura estabelecer um diferencial em torno da polêmica e famosa
palmada, ainda em uso por muitos pais na educação dos filhos.“Palmada é um
termo bem ruim; é um eufemismo que tenta de alguma maneira esconder o que
acontece realmente nas casas. Quando a gente fala que as crianças apanham de
chinelo e objetos duros, o que acontece é um sistemático espancamento. Palmada
parece que os pais só vão lá e dão umas palmadinhas para fazer a criança parar
de chorar, mas muitas vezes não se trata disso, se trata da autorização para a
violência, uma violência séria.”
O tema merece de pais e educadores vigilância constante
quanto aos limites que devem ser absolutamente respeitados. Corrigir não
significa agredir. É o que defende a Pedagogia do Afeto, que desenvolvemos na
rede de ensino da LBV.
A sabedoria popular ilustra bem ao comparar as crianças com
a argila, pronta para ser moldada. É aquilo que afirmei em 2/3/1996, ao
inaugurar no Rio de Janeiro o Centro Educacional, Cultural e Comunitário da
LBV, e que foi destacado pela revista IstoÉ: A criança apenas devolve aquilo
que a sociedade lhe dá. Se a sociedade lhe oferecer lixo, geralmente ela vai
devolver-lhe lixo, mas, se der Amor — que significa Fraternidade,
Solidariedade, Compaixão, Misericórdia —, vai devolver à família e à sociedade
esses nobres sentimentos de modo exponencialmente sublimado.
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Paiva Netto em www.paivanetto.com
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