Paiva Netto escreve: Todo dia é dia de índio - Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 19 e 20 de abril de 2008, sábado e domingo.
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*José de Paiva Netto |
Os registros históricos relatam que, no I Congresso Indigenista
Interamericano, ocorrido no México, em 1940, representantes de diversos
países convidaram os índios a se sentarem à mesa para o debate cujo tema
central era a própria situação deles no continente americano. A
princípio, os protagonistas do evento, receosos, não compareceram.
Porém, no dia 19 de abril, numa demonstração de cordialidade, aceitaram
participar do acontecimento. Por isso, nessa data foi instituído o Dia
do Índio. O objetivo principal era o de exigir dos governos a criação de
políticas que salvaguardassem a cultura e a qualidade de vida dos povos
indígenas. No Brasil, em 2 de junho de 1943, o presidente Getúlio Vargas (1883-1954) assinou o decreto de lei no 5.540, determinando que no país aquela data também fosse dedicada ao índio.

Ao longo do tempo, apesar dos esforços de garantir a eles o direito de
viver em suas terras com dignidade, há muito o que fazer ainda. Eles são
merecedores do maior respeito. Os versos do entusiasta Jorge Ben Jor, na composição em parceria com o saudoso Tim Maia e imortalizados na voz de Baby do Brasil cá na Terra Brasilis, valem nossa reflexão: "(...) Pois todo dia, toda hora, era dia de índio/ Mas agora eles só têm um dia / O dia dezenove de abril (...)".
Sepé-Tiaraju
A história de nosso povo e de sua luta por tornar o país soberano tem,
na atuação dos índios, capítulo dos mais relevantes. Grandes guerreiros o
grafaram com as tintas da coragem e do amor ao torrão natal. Um deles, Sepé-Tiaraju, guarani de São Miguel das Missões, teve seu nome inscrito em 18/4/2006, pelo Senado Federal, no Livro dos Heróis da Pátria. A honrosa distinção partiu de um projeto do senador pelo Rio Grande do Sul dr. Paulo Paim.
O Brasil que desejamos ver progredir, nunca deixando de lado seu natural
espírito solidário e fraterno, é composto também por decididas Almas,
como a de um Sepé-Tiaraju que, a 7 de fevereiro de 1756, na resistência à
invasão dos Sete Povos das Missões, bradou: "Esta terra tem dono!".

De fato, esta terra é de Jesus, a presença que a todos ilumina! E como gosta de saudar um Irmão Índio, grande amigo nosso, conhecido como Flexa Dourada (Espírito): "Salve, Jesus!".
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*José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista,
compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV).
Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da
Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation
of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do
Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro,
ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de
Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil
Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos
humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade
Ecumênicas, que, segundo ele, constituem "o berço dos mais generosos
valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio
iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende
ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a
exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da
Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno".
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