A falta de informação e de exames preventivos leva a maioria das pessoas a procurar auxílio apenas quando a doença se encontra em estágio avançado.
Ainda hoje, em pleno terceiro milênio, ouve-se nos consultórios médicos que a falta de informação e de exames preventivos leva a maioria das pessoas a procurar auxílio apenas quando a doença se encontra em estágio avançado.
Ainda hoje, em pleno terceiro milênio, ouve-se nos consultórios médicos que a falta de informação e de exames preventivos leva a maioria das pessoas a procurar auxílio apenas quando a doença se encontra em estágio avançado.
Diante dessa realidade, vi-me no dever de utilizar este
espaço para também trazer à população esclarecimentos de especialistas das mais
variadas áreas de saúde.
Assisti, no
programa Viver é Melhor, na Boa Vontade TV (Oi TV — canal 212 — e Net
Brasil/Claro TV — canais 196 e 696), ao valioso bate-papo da jornalista
Angélica Beck com o dr. Jorge Mitre, oftalmologista e diretor do Hospital de
Olhos de São Paulo.
Destaco, a
seguir, alguns trechos dessa entrevista:
Boa Vontade TV: “A questão da saúde dos olhos é algo que as
pessoas costumam deixar para cuidar só quando algo incomoda mais seriamente?”
Dr. Mitre: “Só vamos tratar de nossa saúde quando já estamos
com algum problema. Isso é um erro grave. O olho é o órgão que mais fornece,
por toda a vida, informações para o ser humano. A criança, por exemplo, não
sabe dizer se está enxergando bem ou não. Portanto, quando começar a frequentar
a escola, necessitará fazer uma avaliação dos olhos. Talvez ela tenha uma vista
boa e a outra ruim e a mãe não saiba. E se tiver doenças prévias na família?
Daí a criança já terá de ser monitorada para se avaliar se ela está com boa
visão”.
Boa Vontade
TV: “A partir de que idade a criança deve ser examinada?”
Dr. Mitre: “Aos
4 ou 5 anos já é uma boa idade, é óbvio, se ela não apresentar nenhum distúrbio
antes disso. Por exemplo, um estrabismo, um olho com a pupila branca ou
alteração que a mãe ou o pai notem, deve-se procurar imediatamente um
oftalmologista”.
Boa Vontade TV:
“Um bebê pode desenvolver já nos primeiros meses de vida uma patologia?”
Dr. Mitre:
“Algumas doenças são próprias da infância. Por exemplo, o globo ocular vai se
formar totalmente por volta do sexto mês de vida intrauterina. Uma criança que
nasça com 6 meses tem grande possibilidade de tê-las extremamente graves na
retina, porque o sistema vascular do olho não foi totalmente completado. Então,
ao sair do útero materno, a colocamos numa incubadora sob alta concentração de
oxigênio. A retina sente esse oxigênio muito alto e pode descolar. Com isso, a
criança corre o risco de perder a visão. Portanto, ela tem de ser examinada
dentro da incubadora pelo oftalmologista e tratada antes que saia, senão será
tarde demais”.
Boa Vontade TV:
“Os olhos também podem refletir outras alterações no organismo apontando o
surgimento de alguma patologia?”
Dr. Mitre: “O
olho é o único órgão em que você consegue ver as artérias e as veias ao vivo.
As do cérebro, do estômago, do fígado, do pulmão, você não as vê. Vamos supor
que a pessoa tenha pressão arterial alta. O organismo dispõe de mecanismos de
defesa para diminuir a pressão sanguínea. Os vasos se contraem e se fecham para
diminuir o fluxo de sangue, a fim de proteger o coração que está bombeando
muito forte. Ao realizar o exame de fundo de olho, podemos perceber esse
problema. Outro exemplo é a artrite reumatoide que, também, dá reflexo na
visão. O diabetes é outra doença extremamente traiçoeira, que atinge demais as vistas.
Depois da catarata, da degeneração de mácula, o diabetes, na população ativa
dos 20 aos 50 anos, é o que mais leva à cegueira nos países desenvolvidos. Todo
mundo tem um parente ou um amigo diabético cego. Há muita gente perdendo a
visão e não está fazendo nada contra isso. (...) Tenho obrigação de alertar o
povo do perigo do diabetes. Você que come açúcar, tem excesso de peso e acha
que não está acontecendo nada com seu organismo, saiba que está aos poucos
perdendo a visão. Na hora em que procurar o oftalmologista, já será tarde
demais. Para ilustrar, imagine um cano d’água que passa dentro das paredes da
sua casa, se ele tiver um furinho vai provocar umidade, pois é uma área de
vazamento. É isso que o diabetes produz dentro do olho. Ele vai produzindo
furos nos vasos. O sangue, no lugar de caminhar dentro de um tubo, começa a
sair antes da hora, criando micro-hemorragias que podemos identificar no exame
de fundo do olho. Depois de algum tempo, isso leva à cegueira. O tratamento
exige raio laser ou aplicação de drogas dentro do olho para tentar preservá-lo
(...)”.
Boa Vontade TV:
“É, portanto, fundamental controlar a glicose...”.
Dr. Mitre: “O
controle é importante, contudo, mesmo assim, o diabético não está totalmente
imune de perder a visão. Depois de oito a dez anos já começa a apresentar
lesões, mesmo que haja controle. Se não cuidar, em três, quatro anos, poderá
estar cego, principalmente com o diabetes do tipo 1, que é o de jovem, aquele
que tem 18, 19 anos. Você que é garoto se cuide, sua glicemia tem de estar 90,
100 todo dia”.
Eis aí a nossa
contribuição para que tenhamos um cuidado maior com a saúde do corpo.
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Paiva Netto em www.paivanetto.com
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